sexta-feira, 25 de março de 2011

As Irmandades Religiosas de Salvador até o século XIX



Foram várias às Irmandades religiosas na Bahia. Constituído para servir os irmãos e orientá-los nos seus problemas. Funcionava com objetivos sociais e de grande poder nas igrejas de suas confrarias.

Relaciono abaixo as mais concorridas:


Igreja da Barroquinha - “São Roque: Irmandade da Boa Morte, composta de uma devoção das irmãs do o Martírios. Já existia desde l851. E na mesma igreja tinha a Irmandade de Na.Sa.das Angústia – composta de devotos brancos nacionais”.


Igreja do Pelourinho – “Na.Sa. do Rosário – Irmandade de Na.Sa. do Rosário dos Homens Pretos.Quando foi feito o alicerce, no inicio do século XVI, os irmãos da confraria mandou vir de Portugal uma coleção de azulejos, cada parte colocado nas paredes laterais, representam; circuncisão, adoração dos Reis Magos, Rosário de São Domingos.”


A Irmandade do Rosário, fundamentalmente religiosa católica, foi fundada em 1701 pelos irmãos proprietários de uma quadra no cemitério do Campo Santo, na área pobre, fora dos muros, nas encostas. Possui, no centro, pequeno monumento com um cruzeiro. È também conhecido como “cemitério dos escravos”.


Irmandade de Stº. Antonio de Categerona, Igreja de São Pedro (demolida) como também tinha a Irmandade de São Pedro Velho – devotos brancos. Irmandade de S


Igreja de São Francisco – Irmandade de São Benedito – Devotos que criaram a Irmandade de José de Ribamar na d Igreja do Corpo Santo fundada em 30 de agosto de 1891.


Igreja da Conceição da Praia – Irmandade de Na.Sa. da Conceição da Praia – devotos os portugueses.


Igreja de Brotas – Irmandade do Senhor da Cruz – devotos os pardos.


Igreja de Na.Sa. da Sant’Anna – Irmandade de Na.Sa. de Sant’Anna – devotos todos os crentes.


Irmandade do Santíssimo, Passos e Carmo. Na Igreja do Carmo – Stº Antonio Além do Carmo – exclusivamente de brancos.


Irmandade de Sta. Efigênia e de Stº. Elesbão – devotos os pretos e pardos.


Irmandade do Senhor Bom Jesus da Redenção – composta de pretos africanos da Capela de São Pedro Gonçalves S. Telmo, vulgarmente conhecido como Igreja do Corpo Santo

Nome da mesma rua no comércio. Filial da Matriz da Igreja da Conceição da Praia, dita no livro como a 2ª igreja construída na Bahia. ( Fonte do livro: Padre Manuel Dendê Bus – Figura do movimento libertador de 1822 – vigário da Conceição da Praia.)


“ Em 3 de maio de 1752, alguns negros gêges instituíram na Igreja do Corpo Santo, filiada a Igreja Matriz da Conceição da Praia. A Irmandade do Senhor Bom Jesus das Necessidades e Redenção com a aprovação de D. José Botello de Matos, 8º Arcebispo da Bahia. Criou-se assim a Irmandade de Nª. Sª. Do Rosário dos Pretos da Praia.


( Fonte: Livro Efemérides da Freguesia da Igreja da Conceição da Praia. – autor; Mons. Manoel de Aquino Barbosa.)


Todas as Irmandades tinham que seguir às ordens do Arcebispado, mesmo que as confrarias fossem regidas por estatutos.As Irmandades arrecadavam dízimas dos seus participantes para reverter nas próprias necessidades dos irmãos.Era o que acontecia nas Irmandades em que figuravam os negros escravos ou forros.Mas, muitas confrarias sucumbiram no decorrer dos anos, pelo simples fatos do poder financeiro dos associados caírem e houve também a descrença de vários componentes das Irmandades com a Igreja.Perdeu-se a verdadeira característica que fora a abolição dos escravos e a importância que os irmãos tinham na sociedade, isto só aconteceu depois da libertação total dos escravos.


Como a Bahia era a Capital mais católica do país, restou muitos católicos brancos e poucos católicos negros. Só aqueles negros que foram criados e trabalharam nas instituições religiosas católicas é que mantiveram as suas crenças na Igreja. Outros voltaram as suas crenças de origens e a maioria ficaram com as duas religiões a católica e a africana.


Hoje temos pouquíssimas confrarias, a mais famosa ainda é a Irmandade do Rosário dos Homens Pretos.Continua na Igreja do Rosário na ladeira do Pelourinho, sua morada maior aonde se abraça todos os santos negros descendentes de africanos.




Álvaro B.Marques

SSA,agosto de 2006



Bibliografia :


“Da Bahia Que Eu Vi” – autor: João Varella

“Relíquia da Bahia” – autor: Edgard de Cerqueira Falcão

“Riscadores de Milagres” – autor: Clarival do Prado Valladres.

“Memória sobre o Estado da Bahia” – autor: Francisco V. Viana.

“Bahia Historia” – autor: Sílio Boccanera Jr.

“Bahia – séc. XIX” e Bahia – Cidade do Salvador e seu Mercado de Trabalho no séc.XIX” – autor: Kátia Matoso.

“Memória Histórica sobre a Religião na Bahia”- autor: Cristiano Muller.

“Efemérides da Freguesia da Igreja da Conceição da Praia.” – autor: Mons. Manoel de Aquino Barbosa.

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