segunda-feira, 19 de novembro de 2012

“Anastácias” entre o vermelho e o azul da Bahia



por Patricia Bernardes Sousa

E ela permanece viva...

Como assim?!Viva?! Sim... Viva...

Entre as Candices e as Dandaras que os livros resgatam em sua história com tanta riqueza de detalhes e sofrimento , na Bahia, somos “Anastácias”.

Como o mês de novembro é fielmente “folclorizado” como mês de avaliação de uma militância “nomeada” como negra e erguida em pilares políticos que duelavam entre “o vermelho e o azul” , o Movimento de Mulheres da Bahia finaliza o seu ano de 2012 sem ter o que comemorar.

Anastácia permanece viva. Como assim?!Viva?! Sim... Viva...

Avaliar é o ato de determinar o valor , o preço e a importância de alguma coisa.

Partiremos então desta linha de raciocínio para entender o porquê que Anastácia vive ... Como assim?!Viva?! Sim... Viva...

Qual o estado exato de conservação dos hospitais municipais /estaduais na Bahia ?!

Qual o valor em espécie direcionado a saúde pública no que diz respeito à mulher na Bahia?!

Qual o estado exato de conservação das escolas municipais/estaduais na Bahia ?!

Qual o valor em espécie direcionado a educação de nossas jovens e crianças na Bahia ?!

Anastácia vive ... Como assim?!Viva?! Sim... Viva...

Políticas públicas são conjuntos de programas, ações e atividades desenvolvidas pelo Estado diretamente ou indiretamente com a participação de entes públicos ou privados assegurando determinado direito à cidadania.

Partiremos novamente desta linha de raciocínio para entender o porquê que Anastácia vive ... Como assim?!Viva?! Sim... Viva...

Quantas somos , em números , eleitas vereadoras para início em 2013?

Quais as vereadoras que aprovaram significativamente Políticas Públicas em prol da Igualdade de Direito de nossas mulheres na Bahia em seus mandatos com fim em 2012?!

Quantas somos, em números , pré- candidatas para início em 2015?

Quais as deputadas que aprovaram significativamente Políticas Públicas em prol da Igualdade de Direito de nossas mulheres na Bahia em seus mandatos?!

Anastácia vive... Como assim?!Viva?! Sim... Viva...

Negras lindas, reprodutoras, inteligentes e vivenciando o dia a dia da “violência formalizada” dos homens brancos.

Eles podem ser judeus, podem ser evangélicos, podem ser cariocas, podem ser baianos mais eles estão aí!

Quem são eles?! Os feitores das novas “Anastácias” do Movimento de Mulheres na Bahia que em 2013 chega a um novo formato e uma nova figuração – o vitimismo.

Trabalhadora é a mulher que exerce uma função/atividade com remuneração financeira no final de todo mês.

Ela não pode fazer greve, ela não tem onde prestar queixa de sua “violência pessoal” sofrida diariamente, ela não tem acompanhamento psicológico para atuar de forma equilibrada em seu dia a dia.

Anastácia vive... Como assim?!Viva?! Sim... Viva...

A escrava negra violentada pelos brancos e posta em silêncio com uma máscara de ferro caminha tranquilamente pelas comunidades periféricas de Salvador. Ela atua na mobilização silenciosa para votos solitários em prol de um cenário político feminino melhor.

Anastácia vive... Como assim?!Viva?! Sim... Viva...

Ela assiste tranquilamente a devolução de milhões e bilhões de reais aos cofres federais de um recurso financeiro que seria necessário para que suas “Candices” e “Dandaras” não virem tema de clipes em período eleitoral para definir Eleições Municipais/Estaduais.

E seguimos em frente. Apostamos na educação “paraplégica” para que não possa chegar às comunidades periféricas e na saúde “transplantada” de modelos eurocêntricos que não atendem as nossas demandas negras em número significativo de mortalidade.

Anastácia vive... Como assim?!Viva?! Sim... Viva...

Em quem estamos votando?!

Votar é o ato de escolher o nosso representante legal e de direito para gerenciar a nossas cidade/estado.


Partiremos de novo desta linha de raciocínio para entender o porquê que Anastácia vive ... Como assim?!Viva?! Sim... Viva...

O que é o Movimento de Mulheres da Bahia?

O que é o Controle Social?

O que é Mobilização Social?


Estamos em silêncio. Estamos assistindo os “tais brancos” que gerenciam a nossa cidade há oito anos calar as nossas mulheres negras de periferia como uma cena forte de teatro em que o vilão tapa a boca da mocinha para possuí-la logo em seguida.

Aparecemos na TV e nas Rádios para fazer “cenário” para empoderar cada vez mais homens sem comprometimento com as nossas causas e nos “degladiar” ,dentro do nosso próprio convívio de militância, por uma vaga/cargo de gabinete.

Muniz Sodré define que o estereótipo do racismo já foi extinto . O que existe atualmente é um “embate” de relações raciais.

Onde estão as nossas verdadeiras Candices e Dandaras?!

Sim . Nós sabemos onde elas estão. Estão em silêncio sem ao menos assinar uma petição públicas em prol delas mesmas por conta do seu salário mensal proveniente do “escambo” de valores morais e éticos aos quais elas tiveram que se submeter na Bahia.

Candices e Dandaras do Século XXI na Bahia de nada temem a herança deixada pelos gestores municipais/estaduais. Elas se redefiniram. São “Anastácias” acomodadas que se beneficiam dos açoites de uma minoria organizada para se envaidecer e transformar as ações pautadas na luta em seu slogan pessoal.

“Midiatizar” se tornou uma ação frequente onde pequenos feitos obrigatórios de uma mulher negra militante é facilmente abraçado como um “marco” e ela assim o faz para esquecer de onde veio e “embranquecer” ainda mais os seus pensamentos.

Ser Anastácia não condiz com o cenário atual da mulher negra na Bahia . Precisamos ser nossas próprias figuras de representação de sucesso dentro de nossos núcleos de debate em prol da nossa Igualdade de Direitos.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Espetáculo OLORUM no Teatro Xisto Bahia



Na tradição mitológica da cultura Yorubá, Olorum é o deus supremo que orientou seus filhos, os orixás, para a criação do mundo e dos homens. Para desvendar esse e outros mitos da cultura africana, o grupo Narrativas Teatrais e Audiovisuais - Grupo NITA, abre a segunda temporada de “Olorum”, primeiro trabalho em artes cênicas do grupo. O espetáculo volta ao palco do Teatro Xisto Bahia (Barris), de 03 a 25 de Novembro, aos e sábados e domingos, sempre às 16 horas. O ingresso custa R$ 5 (meia).
De forma lúdica, o universo afro-brasileiro será apresentado ao público infanto-juvenil, a partir da interpretação dos atores Evaldo Maurício (filme Capitães da Areia) que entra no lugar Leandro Villa, Karol Senna (Cinderela Black Power / Idas e Vidas) que entra no lugar de Jussara Mathias, Marinho Gonçalves (Alugo Minha Língua/ O Sumiço da Santa),  e Mariana Freire (Casa Numero Nada/ O Homem que Não Dormia) para os deuses Olorum, Oxalá, Exu, Oduduwa, Iku e Iansã. Na trama, Olorum decide criar o universo, confiando a missão a Oxalá, que por fim acaba precisando da participação de todas as entidades. A coreografia foi criada pelo Denys Silva que conta ainda no palco com também bailarinos Claudionor Neto e Beatriz Costa. O espetáculo conta ainda com participação especial de Gideon Rosa que faz a voz de Olorum.
Dirigida por Elisa Mendes (Ópera Carmem / Joana D' Arc), com texto de Gildon Oliveira (Alfazema e Suor), através de diálogos, coreografias, instrumentos musicais, sonoplastia, adereços e elementos cênicos, além da mensagem de respeito, humildade, determinação e redenção,  pretende ampliar o significado da cultura africana e fazer com que os jovens construam sua própria reflexão e vivência a partir de outra visão sobre o estopim do mundo.
"Existe uma carência de espetáculos com esta temática. É preciso reparar a lacuna que existe sobre o papel do afrodescendente em todo o cenário nacional. O Grupo NITA pretende construir um repertório de lendas africanas através de narrativas teatrais e audiovisuais", afirma a diretora Elisa Mendes.
No mês da Consciência Negra o NITA pretende, através de Olorum, trazer a cena um espetáculo temático, necessário, leve e emocionante.

SERVIÇO:
Olorum
QUANDO: de 03 a 25 de Novembro de 2012, Sábados e domingos.
ONDE: Teatro  Xisto Bahia (Barris), ao lado da Biblioteca Central.
QUANTO: R$ 5 (meia)
HORA: 16H

Grupo Iwá lembra a Consciência Negra




Atriz e professora de teatro, com formação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Josiane Acosta traz ao palco do Teatro Gamboa Nova o espetáculo de contação de histórias E se África..., todas as quartas de novembro, às 20h, ingressos R$ 20,00.
Josiane é também fundadora do Grupo Iwá, que tem sede na capital baiana, mas integra diferentes artistas em outros estados brasileiros. A formação visa um teatro questionador, conectado com as raízes africanas e que em novembro também cumpriu temporada no mesmo teatro com Madrugada, me proteja!
E se África... é uma livre adaptação de contos africanos advindos da tradição oral e reescritos por autores contemporâneos com publicação em português. Os contos permeiam o universo das águas e tratam de temas como solidariedade, respeito, amor. Os contos são provenientes da Nigéria, Angola, África do Sul e Botsuana, alguns deles estão presentes no imaginário afro brasileiro em função da cultura de orixás. Todo o contexto do espetáculo parte de uma menina que pede à sua mãe que lhe conte histórias. De forma sensível, usando recursos vocais e expressivos, o público é convidado a ver, ouvir e pensar em quantas Áfricas podemos nos banhar? A novidade desta temporada é a trilha sonora executada ao vivo pelos músicos-percussionistas Eden Gordo e Emillie Lapa.

Este espetáculo já foi apresentado em Porto Alegre(RS- 2010), Cabo Verde (Ilha de São Vicente-ÁFRICA- 2011) e Salvador(BA- 2012).

Serviço:
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E se África...

Quando: 07, 14, 21 e 28 (quartas)
Horário: 20 horas
Onde: Teatro Gamboa Nova
Valor: R$20 e R$10 (meia)
Classificação: 12 anos
Informações: (71) 3329-2418 www.teatrogamboanova.com.br

Ficha técnica:
Produção e realização: Grupo Iwá
Atuação: Josiane Acosta
Direção: Toni Edson
Iluminação: Grupo Iwá
Canções: Toni Edson
Trilha Sonora: Eden Gordo e Emillie Lapa Lapa
Classificação: 12 anos

“Ciranda na Rede ” convida Savannah



O “Ciranda na Rede” e o “Rede na Praia” são shows realizadas dentro do projeto Rede Sonora, que leva a Salvador e Praia do Forte, apresentações dos músicos Amadeu Alves e Fabrício Rios, que todas as semanas convidam artistas para dividir o palco. O “Ciranda na Rede” acontece todas as quintas-feiras no Restaurante Ciranda Café, no Rio Vermelho, às 20h. Nesta quinta, dia 08 de novembro, a convidada é a cantora Savannah, que canta na Banda Didá e na Banda Picolino, montada para o espetáculo “Guerreiro”, em cartaz no circo até o começo de dezembro. O “Ciranda na Rede” começou há nove semanas e já promoveu encontros com Xangai, Gereba, Júlio Caldas, João Jonga de Lima, Rodrigo Sestrem, Cuca, Celo Costa,  Sibelle Lélis e Iuri, Flávia Wenceslau, o cubano Alexey Martinez, Lu Santana e Cinho Damatta.

Sobre Savannah – Começou a compor aos 12 anos de idade e aos 15 já estava cantando. Conseguiu, através de uma seleção prévia no colégio, uma vaga para estudar canto na Pracatum Escola de Musica, com o professor Jarbas Bittencourt. Em seguida, começou a fazer parte de bandas como backing vocal, e foi chamada para a Banda Feminina Didá, onde está até hoje. Como cantora da Banda Didá já dividiu o palco com Margareth Menezes, Mariene de Castro, Carlinhos Brown, Claudia Cunha, Manuela Rodrigues, Aloísio Menezes, Saulo Fernandes, Paula Lima, entre outros. Selecionada numa dura audição no Circo Picolino, hoje é cantora da Banda Picolino, no espetáculo “Guerreiro”. 

Serviço:
O que: “Ciranda da Rede” - Projeto Rede Sonora - Amadeu Alves e Fabrício Rios convidam Savannah.
Quando: 8 de novembro
Horário: 20h
Onde: Ciranda Café (Rua Fonte do Boi, Rio Vermelho)
Quanto: R$ 10,00

I Seminário Luís Gama de Cidadania e Direitos Humanos



Em alusão a um dos maiores heróis do povo brasileiro, a Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos – SJCDH, realizará na próxima terça e quarta-feira (06 e 07/11) no Auditório da Fundação Luís Eduardo Magalhães – FLEM, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), o 1º Seminário Luís Gama de Cidadania e Direitos Humanos.
O evento destinado a Estudantes, Professores e Sociedade Civil, tem o objetivo de fortalecer discussões na promoção da Cidadania e Direitos Humanos no Estado da Bahia, e faz partes das comemorações do Novembro Negro, mês da consciência negra.
O secretário, Almiro Sena fará a conferência de abertura no dia 6/11 às 19h. No dia seguinte, a partir das 8h30, os participantes terão a oportunidade de ampliar as discussões e adquirir conhecimento sobre a importância do Dia da Consciência Negra com diversos especialistas no assunto. Os palestrantes serão Elias Sampaio, secretário de Promoção da Igualdade Racial- SEPROMI, João Jorge presidente do Grupo Cultural Olodum, e Dr. Hélio Santos, presidente do Instituto Brasileiro da Diversidade e professor da Fundação Visconde de Cairu.

O homenageado

Luís Gonzaga Pinto da Gama nasceu na Bahia, no século 19. Foi patrono da cadeira nº 15 da Academia Paulista de Letras, poeta e jornalista. Como advogado, conseguiu a liberdade de mais de 500 escravos, tornando-se um dos mais combativos abolicionistas da história. É dele a frase: “Perante o Direito, é justificável o crime do escravo perpetrado na pessoa do Senhor”. Sua principal obra foi “Primeiras trovas burlescas de Getulino”, de 1859, onde se encontra a sátira “Quem sou eu?”, também conhecida como Bodarrada.