Escrevemos uma bela página dourada da história moderna do Brasil com cultura, carnaval alegria e consciência; agora vamos nos vestir de letras escarlartes e arrobas para fazer rufar os tambores da ancestralidade do livro dos Mortos, que tratava da luz da vida, dos livros escritos e não escritos, e das culturas dispares de todo o planeta Terra.
O mundo moderno tem na escrita o seu principal elemento de coesão entre povos, idéias e desenvolvimento; desta forma o bloco Olodum vem homenagear esta grande invenção da humanidade no carnaval de 2011, usando das letras e sons da sabedoria dos Tambores, dos Papiros, do Twitter, para celebrar a diversidade da expressão humana.
Os tambores são utilizados desde as mais remotas eras da humanidade na África. Acredita-se que os primeiros tambores fossem troncos ocos de árvores tocados com as mãos ou galhos. Posteriormente, quando o homem aprendeu a caçar e as peles de animais passaram a ser utilizadas na fabricação roupas e outros objetos, percebeu-se que ao esticar uma pele sobre o tronco, o som produzido era mais poderoso. Pela simplicidade de construção e execução, tipos diferentes de tambores existem em praticamente todas as civilizações conhecidas. A variedade de formatos, tamanhos e elementos decorativos depende dos materiais encontrados em cada região e dizem muito sobre a cultura que os produziu. Na Bahia, os Tambores, são a base da cultura afro brasileira e da religiosidade diversificada que possuimos, o Samba Reggae criado em nossa terra, é a atual escrita musical deste ritimo contemporâneo criado no Olodum por Neguinho do Samba, cantores e compositores afro baianos através de uma literatura Olodunica.
Antes da criação do papel, o material mais utilizado para escrita, foi o pergaminho, feito com peles de animais. Os antigos egípcios utilizavam o talo do papiro no norte da África. Sua fabricação era penosa e rudimentar; a medula do talo era cortada em tiras que eram colocadas transversalmente, umas sobre as outras, formando camadas que eram batidas com pesadas marretas de madeira, resultando numa espessura uniforme e produzindo um suco que impregnava e colava as tiras entre si.
Encontra-se em papiro a maior parte do que se conhece da literatura do Egito antigo, país que fica na África, incluindo os textos litúrgico-funerários do primeiro Livro da humanidade, o livro dos Mortos. Em papiro conhecemos elementos para a história econômica, política e administrativa da antigüidade, bem como estudos matemáticos, tratados médicos, princípios de zoologia e botânica.
A nova escrita é a base de uma das redes sociais mais movimentadas atualmente que é o Twitter. Surgido em março de 2006, trata-se de um serviço gratuito que pode ser desfrutado por qualquer internauta, não requer convite e permite que você publique textos de até 140 caracteres. Digamos que o Twitter seja como uma folha de caderno com limitações de espaço; é preciso ser objetivo. Porém, como em qualquer página em branco, você tem liberdade para escrever o que lhe vier à cabeça, desde fazer breves confissões sobre o seu cotidiano até compartilhar poemas ou relatar, tal qual um repórter.
O arquivo do Twitter, que “nasceu digital”, como dizem os arquivistas, será facilmente pesquisável por máquina –diferente das cartas de família e diários que estão empoeirando nos sótãos. Como um registro escrito, os tweets estão muito próximos dos pensamentos originais. Os tweets levam você exatamente ao momento de uma forma como nenhuma outra fonte faz.
Isto é o que é mais empolgante. ” Os Tambores, os Papiros, e os Twiiter farão o som e a alegria do carnaval afro Olodum em 2011.
“Olodumaré nos dê régua e compasso para escrever esta bela pagina da nossa historia de paixão pela igualdade”. JJ
enviado por João Jorge
(Presidente do Bloco Afro Oldum)
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