segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
MINHA CONSCIÊNCIA NEGRA
"Minha pele de estrelas e luar foi
Bordada pelas mãos dos atabaques
Quando delicadeza beijou o mar.
Olho para trás e uma vez mais beijo
As mãos dos meus antepassados,
Todos abençoados pelos ritos,
Pelos mitos, pela dor que o vento
Espalhou na cor que trago em mim
Como lembrança e prazer de lembrar
Quem fui e sou.
Sento no colo de meu avô e todas as vozes
Da África gritam em minhas veias.
Abraço minha mãe e estou nos braços das sereias.
Essa sou eu e assumo a beleza de meus
Cabelos negros e de minha pele que guarda
Todos os mistérios dos orixás.
E se sonho, estou lá, deitada no colo de minha Mãe Yemanjá.
E se choro, choro pelo amanhã, mas bato o pé E chamo Iansã.
E se me enfeito, sou de Oxum e sou de todos
Os lugares e de lugar nenhum.
E se canto, chamo por Nanã na cantiga de ninar
Que me faz encantada e guardiã.
Sim, sinhôzinho, essa sou, ajoelhada, marcada
Pelo passado que não passou.
Olha bem pra mim e ao redor.
Somos Muitos, somos tantos numa voz só.
Sou o povo brasileiro, sou a África e ...
A sua continuação nesta bandeira
Verde e amarela que trago no coração."
escrito por Karla Bardanza
* Dedico este poema a todas as MULHERES NEGRAS do BRASIL como prova de meu esforço incansável ,há 5 anos, no que diz respeito a nossa LUTA pela IGUALDADE RACIAL e de DIREITOS no Mercado de Comunicação Social na esfera da Bahia
(Patrícia Bernardes /Jornalista por Formação)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário