O Selo da Diversidade , lançado em 2007 , é uma parceria entre a Prefeitura de Salvador, através da Secretaria Municipal da Reparação (SEMUR) com a Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH -BA) e o Instituto de Responsabilidade Social e Investimento Social (Íris) , que já deu sinais de que pode ser um grande aliado contra a violência e a deformação educacional dos jovens negros em Salvador.
Desde janeiro deste ano, após a análise de dados exaustiva dos órgãos estaduais e municipais para a implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) em Salvador, a SEMUR tem se mostrado "voraz" na campanha de esclarecimento e mobilização para somar empresas privadas ao Programa Selo da Diversidade. Segundo o secretário da Reparação Ailton Ferreira, levar cursos de capacitação para dentro das comunidades "devastadas" pelo tráfico de drogas não é o bastante. Para Ailton , a violência só será reduzida nestas comunidades assistidas pela implantação das UPPs quando estes mesmos jovens forem inseridos no mercado de trabalho e , desta forma, inutilizar o sistema de serviços como "laranjas ou aviões" para traficantes.
A chegada da UPP não produz o "milagre" necessário para que Salvador seja vista " da noite para o dia" como cidade apta para abrir os jogos da Copa de 2014. Em uma cidade em que já foi declarado que 85% ( IBGE ) da população é negra , se faz necessário que as empresas que buscam mão de obra qualificada enxerguem estes jovens como "sementes" ávidas para brotar em terreno fértil... Estes jovens negros de comunidades periféricas de Salvador , em sua maioria, esperam uma oportunidade para entrar no mercado de trabalho e modificar toda a estrutura de sustentação de sua família. Não são afirmações lúdicas ou pautadas em discurso de gestão social "defasado". São afirmações que vão na contra mão do " efeito colateral " do Programa Bolsa Família.
No primeiro momento (2007) , 30 instituições aderiram ao selo e assumiram o compromisso de desenvolver ações de combate ao racismo no ambiente de trabalho. Além de elaborar o censo étnico-racial, as empresas criaram propostas de alteração da realidade de sub-representação de afrodescendentes em seus diversos níveis hierárquicos. Estas propostas foram analisadas por um Comitê Gestor, composto de organizações representativas do segmento governamental, empresarial e da sociedade civil. E, após a revisão de todos os trabalhos apresentados, foram feitas as alterações necessárias para melhorar o programa do Selo da Diversidade e está sendo lançado o Edital 2009.
Em 2011 muito ainda pode ser feito...As incrições para empresas interessadas em participar do "Selo da Diversidade" estão abertas até o dia 20/04.
O que faz um jovem negro sem ocupação em sua comunidade?
Texto : Patrícia Bernardes
Fonte: SEMUR/IBGE/SSP-BA/SJCDH
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