Jornalistas do mundo inteiro, de países ricos ou pobres, de países mais ou menos democráticos, trabalham para levar à sociedade um bem precioso: a informação. Nesta tarefa – que a cada dia ganha mais importância e cria mais influência no metabolismo social – a atividade profissional do jornalista produz interpretação da realidade, indução de intenções, vontades, comportamentos e valores. Em cada sociedade, os jornalistas ajudam a produzir cultura, a constituir ou a desconstituir movimentos coletivos, a legitimar ou questionar as relações de poder estabelecidas. São, portanto, profissionais que cumprem uma relevante função social.
Neste dia 7 de abril, dedicado a homenagear o profissional jornalista, a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e os Sindicatos de Jornalistas de todo o Brasil chamam a atenção da sociedade brasileira para a necessidade imperiosa de valorização da profissão e do profissional jornalista. Tal valorização, necessária em função dos constantes ataques que a profissão tem sofrido em nosso país, beneficia não apenas os profissionais, mas toda a sociedade. Não há democracia sem liberdade de imprensa e não há liberdade de imprensa sem jornalistas.
A valorização do profissional jornalista passa pela valorização de todos os trabalhadores, a partir de políticas de defesa dos direitos trabalhistas e da garantia de condições de trabalho adequadas, que icluam emprego, salários dignos, proteção à saúde e relações trabalhistas respeitosas. Mas esta valorização precisa, também, atender às especificidades da profissão.
A profissão dos jornalistas tem sido, nos últimos anos, a mais atacada no Brasil e em muitos outros países de mundo. Um movimento mundial dos grandes conglomerados de mídia quer desregulamentar a atividade profissional nos países onde ela é regulamentada e impedi-la onde ainda é inexistente.
No Brasil, a regulamentação da profissão, uma conquista de quase 70 anos, está ameaçada por uma decisão judicial que elimina a exigência da formação de nível superior para o exercício do jornalismo. A decisão, de apenas uma juíza, está em vigor desde outubro de 2001, apesar do recurso interposto pela FENAJ. Inexplicavelmente, o recurso ainda não foi julgado pelo Tribunal Regional Federal de São Paulo – 3ª Região, no qual tramita a ação que tenta desmontar a regulamentação profissional, tirando-lhe um de seus pilares: a necessidade de uma sólida formação teórica, técnica e, especialmente, ética.
No Dia do Jornalista, a FENAJ e os Sindicatos de Jornalistas reafirmam sua defesa da regulamentação da profissão, lembrando que a lei em vigor no Brasil precisa ser aperfeiçoada. Além da manutenção da exigência da formação de nível superior para o exercício do jornalismo, defendemos a criação do Conselho Federal dos Jornalistas (CFJ) que, a exemplo dos demais conselhos profissionais existentes no Brasil, deve garantir à categoria a auto-regulamentação de sua profissão.
fonte: www.observatoriodaimprensa.com.br
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