sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Escolas de Samba podem voltar a Salvador




Alaor Macedo merece ser tema de um samba-enredo igual aos que ele compôs para escolas de samba de Salvador (Filhos da Liberdade e Diplomatas de Amaralina) e do Rio de Janeiro (Unidos da Tijuca, Alegria de Copacabana e Salgueiro), entre 1962 e 1991.
A primeira estrofe contaria as origens do filho do ator Lídio Silva, que ganhou notoriedade nos filmes de Glauber Rocha, e da pianista Ondina Macedo. Resumiria as brincadeiras de criança no Fuísco de Cima, no Barbalho, os primeiros passos como marceneiro aos 8 anos e falaria das relações de parentesco com mestre Didi, primo de seu pai, e mãe Senhora, uma das mães-de-santo mais importantes do Brasil.
O enredo prosseguiria mostrando seu contato com o samba, as primeiras composições e a maior aventura: a decisão de ir para o Rio de Janeiro para tentar a vida como cantor. Esquentaria com as histórias de bastidores envolvendo banqueiros do jogo do bicho, disputas acirradas – às vezes definidas pelo poder das armas – em concursos de samba e a ida para os Estados Unidos, onde Alaor se casou e fundou a The Big Family, escola de samba que reunia os brasileiros em Washington.
Na última parte, a fundação da Lira Imperial do Samba, a laranja, verde e branco de Nazaré, e a epopeia de ressuscitar os desfiles das escolas de samba de Salvador, iniciativa que arranca de entusiasmados elogios a votos de desconfiança. Mas como letra de samba é para quem sabe, vamos contar essa história em texto jornalístico.
A única escola em atividade em Salvador foi fundada no dia 29 de março de 2006. As cores saíram da cabeça do seu criador, sem nenhuma justificativa, mas inconscientemente retratam o Diplomatas de Amaralina (laranja) e a Império Serrano (verde e branco), que batizará a agremiação. O símbolo tem uma junção de elementos tradicionais – a coroa e o surdo -, com um detalhe para não deixar dúvida de sua baianidade: o Elevador Lacerda, incluído no logo por Lucas Batatinha, filho do compositor Batatinha.
O que torna a escola peculiar é que desde a sua fundação foram feitas cinco apresentações, nenhuma delas durante o Carnaval. Também surpreende o fato de a sede ficar em uma rua (a Limoeiro) repleta de hospitais, o que impede a realização de ensaios.

Fonte: Matéria/Revista Muito(Jornal A Tarde / Janeiro 2010

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