“Andar com fé eu vou...
que a fé não costuma faiá ” já dizia Gilberto Gil em uma das suas músicas conhecidas
mundialmente. E por que não andar com fé pra pagar as nossas
promessas?
A capital baiana
amanheceu nesta quinta (17/01) , em plena Lavagem do Senhor do Bonfim, em meio a um debate que roubou a cena da
própria festa religiosa que reuni baianos e turistas ano após ano.
Que debate é esse? Qual
o orixá da vice- prefeita Célia Sacramento? Qual o propósito dela em sair às
ruas da cidade baixa vestida de baiana até a Colina Sagrada?
Voltando no tempo,
durante a corrida eleitoral em 2012, quando
questionada sobre a sua fé no Programa Perfil & Opinião, exibido pela TVE
(Bahia), a então vice- prefeita afirmou que caso ganhasse as eleições para a
gestão municipal de Salvador iria vestida de baiana até as escadarias da Igreja
do Senhor do Bonfim como forma de
agradecimento .
Em tempos de uma gestão
estadual “aprisionada” politicamente pelos seus próprios erros, a oposição
ainda “desorganizada” já consegue promover “debates inglórios” sobre algumas
questões relevantes:
1.Qual o orixá
representado pelas contas colocadas no pescoço da vice-prefeita?
2.A roupa escolhida
pela vice-gestora municipal foi de fato
para pagar uma promessa ou para resgatar o desfile feito pelas baianas de acarajé,
atualmente tombadas como Patrimônio Imaterial pela gestão estadual, às vésperas
de perder espaço para a Mc Donald no novo Estádio da Fonte Nova ?
3.A roupa utilizada por
Antônio Carlos Magalhães Neto simbolizava o branco da paz ou era uma alusão aos
sacerdotes do Candomblé na capital baiana ?
4. Onde estavam os
assessores de imprensa da então vice- prefeita da capital baiana que permitiram
a apresentação pública dela em diversos veículos de comunicação durante a
Lavagem do Senhor do Bonfim?
Enfim... Foram lançados
os tais questionamentos que morreram “ agonizantes” já que com apenas 17 dias
de gestão, nada mais poderia ser analisado e observado a não ser a roupa da
vice- prefeita durante a Lavagem do Bonfim .
Saindo da atmosfera “BBB”
da Lavagem da Igreja do Bonfim, o que ficou de fato evidente foi a ausência de
pré-candidatos as Eleições para Deputado (a)
na Bahia. Em tempos de orçamentos “faraônicos” destinados as cidades
sedes da Copa 2014 , ficou uma lacuna assustadora de pré- candidatos a corrida
eleitoral a gestão estadual nas ruas da
cidade baixa destinadas a fé no Senhor do Bonfim .
O que pensar ? O que
dizer ?
Será um prenuncio de
uma Lavagem do Bonfim em 2014 com escadarias lotadas de correligionários e pré
candidatos com perfil de “BBB” já que a população acompanha as ausências de
seus gestores a margem de qualquer manobra política?
Onde estarão os nossos
eleitores baianos na Copa 2014 ?
Seriam eles ( os
baianos) já definidos como a mão de obra
necessária para , além de carregar as malas dos turistas , amarrar as fitinhas
do Senhor do Bonfim nos aeroportos e /ou servir de acompanhante em hotéis “com muitas
estrelas” dentro e fora da capital baiana?
“Ô Bahia aí... aí.
Bahia que não me sai do pensamento aí ..aí ...”
Contemplados por um
Pacto pela Vida e Pela Não Violência em
que 300% de homicídios registrados são de negros (JORNAL A TARDE) , que as
Políticas Públicas para Mulheres na Bahia tem um orçamento vergonhoso divulgado
no PORTAL TRANSPARÊNCIA , que a
capacitação de jovens e adultos tem um Planejamento Estratégico que beira o
lúdico , será mesmo que a oposição está fazendo o “dever de casa” para
argumentar a gestão municipal para os próximos quatro anos ?
Os problemas da capital
baiana vão para além da retomada do poder da gestão de Antônio Carlos Magalhães
Neto.
As questões
relacionadas à intolerância religiosa, o número de jovens e crianças às margens
das sinaleiras da capital baiana, o número de homicídios e/ou acertos de contas
entre jovens e traficantes nas comunidades periféricas, a ausência de interesse
destes mesmos jovens em sair do assistencialismo da “Bolsa Família” (PROGRAMA
DE AUXÍLIO E COMBATE A MISÉRIA NO BRASIL) e ingressar do mercado de trabalho “
pela porta da frente” na Bahia deveria ser o propósito principal dos que se
auto afirmam “representantes” do Movimento Negro no Brasil .
Cada vela acesa na
Igreja do Senhor do Bonfim representa um pedido e/ou um agradecimento por uma
graça alcançada que se torna pequena diante do compromisso firmado publicamente
pelos novos gestores municipais, vereadores e secretários empossados em 2013 .
A Bahia merece uma
oposição coerente e com um discurso firme em propósitos claros que promovam
mudanças imediatas e não se tornem “clichê” de um eleitorado magoado com o PT e
revoltado com o DEM (antigo PFL) por ter retomado o poder na capital mais
cobiçada politicamente no Brasil.
Foto: Facebook /Célia Sacramento
Foto: Facebook /Célia Sacramento
Patrícia Bernardes Sousa
Jornalista Profissional SRTE 4392/BA
Nenhum comentário:
Postar um comentário