Uma vez por ano posso
ser eu mesma. Uma vez por ano posso ser colorida.
Entre olhares e
sorrisos de “canto de boca”, vou vivendo no jornalismo político e na docência
superior da Bahia. O silêncio também se
faz presente na “liberdade” sempre almejada e nunca alcançada. Perguntas e /ou
afirmações como: “Como você lava o seu cabelo?” , “Linda heim?!”, “Você cai bem
de estampa assim.” “ Você prestou serviço nestas empresas mesmo? Só tem a gente
aqui na sala. Pode falar a verdade!” .
E sigo em frente : “
Coitada dessa menina . Nunca é nada. Não anda com ninguém. Não prospera em nada.
Não sei como ainda ela tem coragem de estar aqui se apresentando como
jornalista.” O racismo recreativo institucional está para além de qualquer tese
de mestrado ou doutorado já que , também doutores negros se comportam tão quão
perversos aos seus instrutores/orientadores.
Hoje é dia... Consciência
Negra no silêncio. Sim. O silêncio na liberdade nos é prudente para não perder
vínculos de trabalho bem remunerados em nome de uma militância que, por muitas
vezes, só nos adoece e nos aprisiona em promessas sem data de alforria .
Outras correntes ...
Hoje é dia ... Existe uma grande diferença entre o silêncio ancestral que nos
fortalece e o silenciamento que ainda nos corta o rosto , a alma e as costas em
nossa constante travessia para dias melhores .
Minha beleza é exótica.
Minha fé é demoníaca . Minha cor é uma afronta.
Patrícia Bernardes
Sousa
Jornalista por Formação
/Assessora de Comunicação Política /Docente do Ensino Superior / Consultora de
Projetos Sociais / Ekedji
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